Seja para comprar um carro novo ou um usado, é sempre importante prestar atenção na manutenção. Assim como a nossa saúde, o motor do seu carro requer cuidados para evitar dores de cabeça. Existe até aquela lenda que certos modelos só precisam de abastecimento e troca de óleo, mas a situação não é exatamente essa. Conversamos com o especialista Cássio Yassaka, dono da Cássio Serviços Automotivos, e listamos cinco dicas para prolongar a vida útil do motor.
1) Ler o manual do fabricante
Deveria ser comum que todos consultassem o manual do proprietário, onde estão todas as informações essenciais sobre o funcionamento do veículo, intervalos de manutenções, garantia, peças de reposição, pressão dos pneus e soluções de problemas simples. Geralmente guardado no porta-luvas ou disponível digitalmente na central multimídia, estudar esse documento é fundamental para garantir o bom desempenho e a durabilidade do carro.
O profissional ainda alerta para a importância de consultar o manual para evitar intervenções que podem prejudicar o funcionamento do motor e, consequentemente, causar problemas mecânicos ou perda de garantia, no caso dos veículos ainda cobertos pela fábrica.
2) Substituição do lubrificante
Cada veículo é projetado para atender a um tipo específico de uso, terreno e carga, com o período de substituição do lubrificante do motor estipulado pelos fabricantes. Em geral a troca é recomendada a cada 10.000 quilômetros rodados ou doze meses, porém, existe variação de acordo com a marca, modelo e motor. Por isso, é importante consultar o prazo indicado no manual do proprietário do veículo, assim como o tipo de lubrificante (mineral, semi-sintético ou sintético).
“O óleo do motor tem vida útil de até um ano, e durante esse período todas as suas propriedades estão preservadas. O lubrificante aquece, esfria, sofre pressão do sistema mecânico e é afetado pela oxidação. Em determinadas situações, sem a troca realizada dentro do prazo determinado, o lubrificante assume uma consistência pastosa, podendo causar danos catastróficos no propulsor”, explica Yassaka.
Nos casos de uso severo, como trânsito intenso, distâncias curtas ou se o veículo fica parado por longos períodos, o recomendado, de acordo com o profissional, é diminuir o tempo pela metade. “Trocar o óleo prematuramente é muito mais barato que um reparo e equivale a 1% do valor do carro”, completa o profissional. Também sempre constará no manual do proprietário o prazo de substituição em caso de uso severo.
3) Precisa aquecer?
Se décadas atrás costumávamos deixar o carro ligado, ainda parado na garagem, por dois ou três minutos para aquecer o motor até ele chegar à temperatura ideal, hoje em dia isso não é mais necessário. Contudo, ainda é recomendado deixar o motor funcionando de 20 a 30 segundos, em marcha lenta, antes de deixar a garagem. Ou seja, é praticamente o tempo que se leva para afivelar o cinto de segurança, escolher uma música ou sintonizar uma estação de rádio.
Esses 30 segundos servem para que o óleo que retornou para o cárter quando o carro ficou desligado volte a circular por todo o sistema, garantindo a lubrificação adequada.
“Além disso, logo que sair de casa seja gentil com o pedal do acelerador, evitando acelerações desnecessárias e rotações elevadas durante a fase fria do motor”, diz Yassaka.
Na maior parte dos modelos é possível acompanhar a temperatura do motor no mostrador específico no painel de instrumentos. Ele leva em torno de 5 a 10 minutos para atingir a temperatura ideal, sendo mais rápido com o carro em movimento do que parado em marcha lenta. Ou seja, ficar os 5 minutos parado só gastará mais combustível. Mesmo depois que o motor atingir a temperatura ideal, evite acelerações bruscas, por exemplo nas saídas de semáforos, que sobrecarregam o sistema e podem levar ao desgaste prematuro de componentes internos.
4) Atenção ao arrefecimento
Também chamado popularmente de água do radiador, o líquido do sistema de arrefecimento é composto na verdade por água desmineralizada e aditivos, conferindo proteção contra congelamento, fervura, cavitação e corrosão. Por isso, é fundamental para manter a temperatura ideal de funcionamento do motor na faixa de 90º C a 100º C.
O aditivo para radiador conta com etilenoglicol, responsável por alterar os pontos de ebulição e congelamento da água do motor, e por aditivos, que equilibram o pH da água. Esse produto é regido por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que descrevem suas características.
“O líquido de arrefecimento pode durar entre dois e cinco anos. Passado esse período, ele perde as suas propriedades químicas, que controlam acidez, condução térmica, ação antiferrugem e lubrificação dos componentes de borracha do sistema de arrefecimento”, conta o profissional.
Você nunca deve completar o nível com água de torneira por causa do cloro presente na mesma — se precisar fazer isso numa emergência, drene o sistema e substitua o fluido assim que puder. Lembre-se que o líquido do arrefecimento utiliza água desmineralizada. Com o passar do tempo, usar água de torneira pode resultar em corrosões, entupimentos de tubulações, dos dutos internos e danos à bomba d’água.
5) Velas, Cabos e Filtros
Entre os bons hábitos para o motor do seu carro durar mais está o cuidado com as velas e cabos de ignição. As velas são responsáveis pela faísca que dá início à combustão em cada cilindro. Quando os componentes são negligenciados podem causar aumento do consumo de combustível, maiores níveis de emissões de poluentes, falhas no funcionamento e dificuldade na partida do motor, oscilações na marcha lenta e piora na retomada da velocidade.
A durabilidade varia conforme as condições de uso do veículo e a qualidade do combustível utilizado. Aliás, assegurar o uso de combustível de qualidade é fundamental para o motor durar mais.
“A indicação é fazer uma inspeção das velas a cada 10.000 quilômetros ou 12 meses”, recomenda Yassaka. No caso dos cabos de ignição, a verificação costuma ser recomendada a cada três anos ou 60 mil quilômetros. Sempre consulte o manual do fabricante para conferir os modelos de velas e cabos apropriados, pois o uso de peças inadequadas também pode ser prejudicial ao motor e até danificar o sistema de ignição.
Fonte: autoesporte
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